Lembrança da minha infância

Fizemos um poema na matéria de português e esse é o meu:

Quando aprendi a gatinhar
Fugia...
Minha mãe vivia correndo
Atrás de mim
Comia comida na boca!

Quando caminhava...
Adora brincar de Barbie,
sempre brigava com a minha prima.
Queria ser Mulher-maravilha,
Caia da cama,
tinha medo de monstros
de Bicho-papão

Hoje sei que...
monstros não existem
era só histórias de mães!!

Lembrança do mundo antigo

Postado por diário de um estudante
Lemos um texto de Carlos drummond de andrade e é esse:

Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.

As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!

Carlos Drummond de Andrade

PAZ

A paz é como
Aquele suspiro,
Leve e inocente,
Que a gente
Dá durante o sono.

Tem a leveza
De uma folha
De outono.
E a delicadeza
De uma bolha de sabão.

É a gostosa
Sensação
De quem
Termina a lição.
Ou encontra
Um bichinho
Perdido.
Ou visita
Um amigo
Querido.

Paz é
Andar
Descalço,
Onde tudo
É verdadeiro
E nada é
falso.
Onde tem paz,
Não tem criança
Pedindo esmola
Na rua.
Não tem poluição
Escondendo
A lua.

Paz é
Futebol sem briga.
Pic-nic
Sem formiga.
Cidade
Sem ladrão.
Não ter medo
De injeção.
Vampiro
Sem dente.
O tristonho,
Contente.
Paz é
Colo de mãe
E abraço
De pai.

Outro dia,
Quietinho
num canto,
Olha só
O que eu
pensei:
A paz é
Tão boa,
Mas
Tão boa,
Que devia
Ser lei.